sábado, 13 de novembro de 2010

Heroico, Brasil avança à final do Mundial Feminino de Vôlei


O feitiço virou contra o feiticeiro. Um recurso que só foi usado pela equipe do Japão durante este Mundial Feminino de Vôlei foi o marco da reação brasileira para derrotar as donas da casa por 3 sets a 2, neste sábado, e chegar a final do torneio diante das russas.
Durante a virada do segundo para o terceiro set, os japoneses sempre pedem em suas partidas um intervalo maior, que dura 10 minutos ao invés dos tradicionais três minutos. A solicitação está nas regras do esporte e é permitida pelas autoridades responsáveis. Pois bem, só que no jogo de hoje quem levou a melhor com o tempo foram as comandadas de José Roberto Guimarães.
Perdendo por 2 sets a 0 e com a torcida contra inflamada no Yoyogi National Stadium, a equipe brasileira usou os 10 minutos para ir ao vestiário, "lavar a roupa suja" e voltar para quadra com outra postura. "O brasileiro é sempre na base da superação. A gente foi ali dentro depois do segundo set e falou: 'a gente batalhou, lutamos durante sete meses, não vamos deixar elas estragarem isso'. Mexeu por dentro, foi o coração que levamos para dentro de quadra. Ninguém ia tirar isso da gente", afirmou a ponteira Natália.
Para as mais experientes do grupo, o tempo foi fundamental para o time colocar a cabeça no lugar. "Nesses 10 minutos conseguimos respirar. Conversamos, dissemos: a gente treinou tanto e nos esforçamos, agora cada ponto vale ouro. O momento é esse de dar uma de doida, de gritar, colocar tudo para fora. Foi bom, acho que a gente deu a respirada, relaxamos um pouco e entramos com tudo", afirmou a meio de rede Fabiana.
"Naquela paradinha a gente conversou, viu que tava faltando agressividade, faltavam algumas coisinhas do Brasil para gente tirar os méritos delas (japonesas). Conversamos. Hoje ficou claro a união, a garra, a alegria e a superação. O time está de parabéns, mostramos a força do nosso grupo, como é que estamos unidas", completou a oposto Sheilla.
A parada, porém, não serviu apenas para gritos de incentivo. De acordo com o técnico José Roberto Guimarães, o intervalo permitiu que ele corrigisse com mais calma alguns erros do bloqueio que estavam complicando a vida da Seleção na partida.
"O problema era que o bloqueio não estava segurando o seu espaço, a defesa estava se posicionando, mas era ataque contra o corpo o tempo inteiro. A partir do quarto set é que começar a tocar nas bola e a pegar as jogadoras, como a Saori na saída de rede. No quinto fez tudo certo como devia ter feito desde o primeiro".
A meio de rede Thaisa, uma das que teve conversas particulares com Zé Roberto para ajeitar posicionamento, ressaltou a importância dos conselhos do comandante da Seleção.
"Ele falou que a gente tinha que acreditar mais no tático, tudo que marcamos ontem. A gente estava precisando subir mais bolas, era essa a chance e se perdesse não teria outra".

FONTE: terra.com.br

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